Início
Francisco Gomes Pereira, 43 anos, morreu vítima da queda do viaduto
ainda em obra, no IP4, em Amarante, ao início da noite de anteontem. O
industrial de Matosinhos regressava de Murça, onde tinha uma empresa de
construção civil. Passou ao volante do seu BMW no local errado e à hora
exacta em que a estrutura desabou, pelas 20h30. Foi a única vítima
mortal do acidente, que feriu oito trabalhadores e cujas causas estão
por apurar. Por saber está também por que razão a circulação no IP4 não
foi interrompida durante a betonagem do viaduto.
"Foi
um choque muito grande porque nem sabíamos que tinha caído o viaduto",
contou ao CM Francisco Pereira, pai do empresário que morreu esmagado
por toneladas de ferro e betão. Há vários anos que Francisco, casado e
pai de uma rapariga com 23 anos, fazia a viagem para Murça, duas a três
vezes por semana. Costumava chegar tarde e por isso a família não
estranhou a demora. A má notícia veio já na madrugada de ontem.
Um
automobilista que viu o acidente afirmou às autoridades que um BMW
tinha desaparecido no momento da queda da estrutura, o que fez acelerar
os trabalhos de remoção dos destroços. Uma máquina de corte de ferro e
três retroescavadoras trabalharam sem parar. Detectaram o BMW debaixo
de toneladas de ferro e betão, seis horas após o desabamento do
viaduto. Por volta das 05h00, os Bombeiros Voluntários de Amarante
fizeram o resgate do corpo de Francisco Gomes Pereira.
"AGORA DESABOU TUDO NA FAMÍLIA"
"A
polícia tocou-nos à porta pelas cinco da manhã porque a carta de
condução dele ainda tem a morada de solteiro", recordou o pai da
vítima, residente em Matosinhos. A mulher, a filha de 23 anos e a mãe
de Francisco estavam ontem inconsoláveis e em estado de choque. Apenas
o pai conseguia falar da tragédia que se abateu sobre a família. "Nós
não vimos os telejornais e, por isso, fomos completamente apanhados de
surpresa", disse o pai de Francisco ao CM. Entre palavras de
sofrimento, falou do filho como um homem trabalhador. "A vida estava a
correr-lhe bem. Era sócio de três empresas e tinha uma família feliz.
Agora desabou tudo", suspirou. Durante a tarde de ontem, vários
familiares e vizinhos visitaram a família do empresário, muito
conhecida em Matosinhos.
O corpo de Francisco
chegou ao final da tarde de ontem à Capela Mortuária da Misericórdia. A
cerimónia de cremação está marcada para amanhã de manhã.
PORMENORES
FERIDOS TIVERAM ALTA
A
queda do viaduto provocou ferimentos ligeiros em oito trabalhadores da
obra. Foram hospitalizados, mas ontem todos tiveram alta clínica. Os
operários têm entre 23 e 50 anos.
BETONAGENS PARAM
A
Autoridade para as Condições do Trabalho anunciou suspender todas as
betonagens em tabuleiros ou viadutos na obra da auto--estrada do Marão.
A decisão mantém-se até serem apresentadas as conclusões do inquérito à
queda do viaduto sobre o IP4.
MAIS FISCALIZAÇÃO
O
presidente da Câmara de Amarante, Armindo Abreu, exigiu mais
fiscalização na obra. O autarca sublinhou que esta construção já fez
duas mortes. Considerou que os acidentes são um mau presságio para a
auto-estrada do Marão.
PRAZO DE 2012 EM RISCO
A
nova via que vai ligar Amarante a Vila Real terá uma extensão total de
cerca de 30 quilómetros e as primeiras previsões apontavam para a sua
conclusão até 2012. Este acidente poderá atrasar a abertura do troço.
TRABALHO FORÇADO
As
operações de remoção dos escombros foram ontem reforçadas com várias
retroescavadoras e gruas. O consórcio também aumentou o número de
operários no local.
RESPONSÁVEL DA OBRA ABRE INQUÉRITO
A
concessionária da auto-estrada do Marão abriu um inquérito interno para
apurar as causas que levaram à queda do viaduto sobre o IP4. O
consórcio construtor é o Infratúnel e é constituído pelas empresas
Somague e MSF. Em comunicado, garantiram que "vai ser feito um
inquérito rigoroso", sem adiantar prazos para a conclusão.
MINISTRO FOI AO LOCAL PEDIR SERENIDADE
O
ministro das Obras Públicas, António Mendonça, esteve ontem no local do
acidente e confirmou a criação de uma comissão de inquérito técnica
para averiguar as causas de derrocada. "Vamos, com serenidade, aguardar
que a comissão de inquérito faça o seu trabalho", disse. O ministro
apresentou condolências à família da vítima mortal.
IP4: VIA PODERÁ ABRIR HOJE
A
circulação no IP4 a partir do nó de Geraldes, em Amarante, só deverá
ser restabelecida durante o dia de hoje. As melhores previsões apontam
para abrir ao final da tarde
TROÇO: TRINTA QUILÓMETROS
O
troço da futura auto-estrada do Marão, entre Amarante e Vila Real,
representa um ganho de trinta quilómetros para os condutores. O
projecto prevê levar a A4 até Bragança
A4: ALARGAMENTO E VIADUTOS
Os
trabalhos onde ocorreu o acidente inserem-se na obra de construção da
auto-estrada do Marão, e correspondem ao alargamento e beneficiação do
actual IP4
fonte: CM
ainda em obra, no IP4, em Amarante, ao início da noite de anteontem. O
industrial de Matosinhos regressava de Murça, onde tinha uma empresa de
construção civil. Passou ao volante do seu BMW no local errado e à hora
exacta em que a estrutura desabou, pelas 20h30. Foi a única vítima
mortal do acidente, que feriu oito trabalhadores e cujas causas estão
por apurar. Por saber está também por que razão a circulação no IP4 não
foi interrompida durante a betonagem do viaduto.
"Foi
um choque muito grande porque nem sabíamos que tinha caído o viaduto",
contou ao CM Francisco Pereira, pai do empresário que morreu esmagado
por toneladas de ferro e betão. Há vários anos que Francisco, casado e
pai de uma rapariga com 23 anos, fazia a viagem para Murça, duas a três
vezes por semana. Costumava chegar tarde e por isso a família não
estranhou a demora. A má notícia veio já na madrugada de ontem.
Um
automobilista que viu o acidente afirmou às autoridades que um BMW
tinha desaparecido no momento da queda da estrutura, o que fez acelerar
os trabalhos de remoção dos destroços. Uma máquina de corte de ferro e
três retroescavadoras trabalharam sem parar. Detectaram o BMW debaixo
de toneladas de ferro e betão, seis horas após o desabamento do
viaduto. Por volta das 05h00, os Bombeiros Voluntários de Amarante
fizeram o resgate do corpo de Francisco Gomes Pereira.
"AGORA DESABOU TUDO NA FAMÍLIA"
"A
polícia tocou-nos à porta pelas cinco da manhã porque a carta de
condução dele ainda tem a morada de solteiro", recordou o pai da
vítima, residente em Matosinhos. A mulher, a filha de 23 anos e a mãe
de Francisco estavam ontem inconsoláveis e em estado de choque. Apenas
o pai conseguia falar da tragédia que se abateu sobre a família. "Nós
não vimos os telejornais e, por isso, fomos completamente apanhados de
surpresa", disse o pai de Francisco ao CM. Entre palavras de
sofrimento, falou do filho como um homem trabalhador. "A vida estava a
correr-lhe bem. Era sócio de três empresas e tinha uma família feliz.
Agora desabou tudo", suspirou. Durante a tarde de ontem, vários
familiares e vizinhos visitaram a família do empresário, muito
conhecida em Matosinhos.
O corpo de Francisco
chegou ao final da tarde de ontem à Capela Mortuária da Misericórdia. A
cerimónia de cremação está marcada para amanhã de manhã.
PORMENORES
FERIDOS TIVERAM ALTA
A
queda do viaduto provocou ferimentos ligeiros em oito trabalhadores da
obra. Foram hospitalizados, mas ontem todos tiveram alta clínica. Os
operários têm entre 23 e 50 anos.
BETONAGENS PARAM
A
Autoridade para as Condições do Trabalho anunciou suspender todas as
betonagens em tabuleiros ou viadutos na obra da auto--estrada do Marão.
A decisão mantém-se até serem apresentadas as conclusões do inquérito à
queda do viaduto sobre o IP4.
MAIS FISCALIZAÇÃO
O
presidente da Câmara de Amarante, Armindo Abreu, exigiu mais
fiscalização na obra. O autarca sublinhou que esta construção já fez
duas mortes. Considerou que os acidentes são um mau presságio para a
auto-estrada do Marão.
PRAZO DE 2012 EM RISCO
A
nova via que vai ligar Amarante a Vila Real terá uma extensão total de
cerca de 30 quilómetros e as primeiras previsões apontavam para a sua
conclusão até 2012. Este acidente poderá atrasar a abertura do troço.
TRABALHO FORÇADO
As
operações de remoção dos escombros foram ontem reforçadas com várias
retroescavadoras e gruas. O consórcio também aumentou o número de
operários no local.
RESPONSÁVEL DA OBRA ABRE INQUÉRITO
A
concessionária da auto-estrada do Marão abriu um inquérito interno para
apurar as causas que levaram à queda do viaduto sobre o IP4. O
consórcio construtor é o Infratúnel e é constituído pelas empresas
Somague e MSF. Em comunicado, garantiram que "vai ser feito um
inquérito rigoroso", sem adiantar prazos para a conclusão.
MINISTRO FOI AO LOCAL PEDIR SERENIDADE
O
ministro das Obras Públicas, António Mendonça, esteve ontem no local do
acidente e confirmou a criação de uma comissão de inquérito técnica
para averiguar as causas de derrocada. "Vamos, com serenidade, aguardar
que a comissão de inquérito faça o seu trabalho", disse. O ministro
apresentou condolências à família da vítima mortal.
IP4: VIA PODERÁ ABRIR HOJE
A
circulação no IP4 a partir do nó de Geraldes, em Amarante, só deverá
ser restabelecida durante o dia de hoje. As melhores previsões apontam
para abrir ao final da tarde
TROÇO: TRINTA QUILÓMETROS
O
troço da futura auto-estrada do Marão, entre Amarante e Vila Real,
representa um ganho de trinta quilómetros para os condutores. O
projecto prevê levar a A4 até Bragança
A4: ALARGAMENTO E VIADUTOS
Os
trabalhos onde ocorreu o acidente inserem-se na obra de construção da
auto-estrada do Marão, e correspondem ao alargamento e beneficiação do
actual IP4
fonte: CM
