Num congresso que se transformou num megacomício, os três principais
candidatos disputaram aplausos e só Pedro Passos Coelho recebeu
assobios quando falou de Paulo Rangel e fechou a sua intervenção com
uma referência à Madeira, denominador comum nas intervenções do
eurodeputado e de José Pedro Aguiar-Branco.
'Ainda
me está a dever um almoço', disse Passos Coelho a Alberto João Jardim.
A frase reportava-se a um almoço em 1995 sobre uma aposta para as
eleições presidenciais de 1996. 'Há muito tempo, demasiado, que nos
andamos a desentender, deixe-me dizer-lhe que não é só o senhor que
sabe perdoar [como perdoou José Sócrates], eu também sei perdoar.
Espero que também saiba perdoar', declarou perante a expressão fechada
do líder regional.
Jardim ouviu, falou com a
líder do partido e com o presidente da mesa do congresso, e acabou por
se sentar ao lado de Paulo Rangel após Passos Coelho finalizar a sua
intervenção. Ficou claro que o ‘piscar de olho’ de Passos a Jardim não
resultou. E o sinal da Madeira está dado: o apoio (vale cerca de cinco
mil militantes) vai para o eurodeputado.
O
primeiro a falar foi Rangel. E fez uma intervenção apelando às bases,
ao reforço das autonomias regionais e claro: a contestação à governação
socialista. Desta vez não falou em claustrofobia democrática, optando
pela palavra 'bloqueio'. E exortou: 'Portugal precisa de uma verdadeira
dessocratização'.
Aguiar-Branco, que menos
reacção provocou na sala do Pavilhão Municipal de Mafra, defendeu:
'Quero olhar para amanhã e não discutir as culpas porque não ganhámos
as eleições. Sei o que quero.'
Passos Coelho
ainda introduziu a ideia de um 'contributo solidário', uma espécie de
banco de horas para que quem recebe prestações sociais possa dar o seu
contributo em juntas de freguesia e instituições de solidariedade. E
voltou a pedir a substituição do procurador--geral da República, Pinto
Monteiro. Nos primeiros dez minutos procurou demonstrar que não depende
da política e insistiu no chumbo do Orçamento do Estado com efeitos no
PEC, divergindo em toda a linha da actual direcção.
EU APOIO PORQUE
PASSOS COELHO: INDEPENDÊNCIA
'Apoio
pelo conhecimento pessoal de muitos anos e pela capacidade que lhe
reconheço de independência e ao mesmo tempo solidário. Pedro Passos
Coelho definiu um projecto, ao longo do tempo, que eu considero que
cumpre os desígnios para oferecer a Portugal.': Carlos Carreiras, Líder
do PSD/Lisboa
PAULO RANGEL: ESCOLHER O MELHOR
'Não
pode haver lugar a calculismos nem a escolhas pessoais. Os desafios que
o País enfrenta obriga a escolher o melhor que já beneficiou com a
vitória nas europeias e que ganhava os debates no parlamento com José
Sócrates. Entendo que o melhor para desempenhar esse papel é Rangel.':
José Luís Arnaut, Deputado do PSD
AGUIAR BRANCO: MELHOR PERFIL
'É
dos quatro candidatos que tem o melhor perfil para desempenhar o cargo
de primeiro-ministro de Portugal. O que eu quero de bom para o meu País
é que tenha um bom primeiro-ministro, que é muito mais do que um
simples presidente de um partido político': Rui Rio, Presidente da
Câmara do Porto
EX-PRESIDENTES FALAM À ALMA DO PARTIDO
Marcelo
Rebelo de Sousa, Pedro Santana Lopes, Luís Marques Mendes e Luís Filipe
Menezes. Todos os ex-líderes do partido quiserem estar presentes no
Congresso Extraordinário do PSD. Falaram à alma do partido, do País,
atacaram a governação socialista e não esqueceram o Presidente da
República.
Primeiro falou o comentador e
professor, que mal chegou a Mafra declarou que entrava e saía do
congresso como 'não-candidato'. Marcelo Rebelo de Sousa apelou à união
dos sociais-democratas para trabalhar para uma maioria absoluta em
futuras eleições e o apoio ao Chefe do Estado para a recandidatura a
Belém.
Pedro Santana Lopes considerou que José
Sócrates está sob grande suspeição e que estranha o facto de o
primeiro-ministro não reagir. 'Não reage. Não se pode viver sob
suspeita e manter-se no cargo. Ou se demite ou exige um esclarecimento
cabal da situação', atirou. E não esqueceu Cavaco Silva, a propósito do
artigo que escreveu sobre a boa e má moeda, em 2005. 'Era esta a boa
moeda?', questionou Santana Lopes, a propósito do executivo socialista.
O actual autarca é um dos autores das propostas de alteração de
estatutos, que defende a introdução de uma segunda volta nas directas.
Marques
Mendes clamou: 'Cheira a fim do regime'. A abrir os trabalhos, Manuela
Ferreira Leite, a líder em vigência, admitiu viabilizar o Programa de
Estabilidade e Crescimento (PEC).
FERREIRA LEITE COM CHEGADA ATRIBULADA
Manuela
Ferreira Leite, a ainda líder do PSD, chegou ao Pavilhão de Mafra por
volta das 12h15. Pouco ou nada falou, mas o aparato em torno da líder
foi caótico, ao ponto de Ferreira Leite ter chocado com uma floreira de
pedra e uma câmara de televisão. Ficou com a marca.
No
discurso de abertura do congresso, Manuela sublinhou que a história lhe
deu razão e que os portugueses foram enganados pelo PS.
JARDIM PEDIU UM PSD AO CENTRO E REGIONALISTA
O
presidente do PSD/Madeira, Alberto João Jardim, chegou ao Pavilhão
Municipal de Mafra com um assessor. Aos congressistas levou dez
propostas para o País. Sublinhou que o partido não é de esquerda, nem
de direita. É do centro.
No rol de propostas
defendeu que o PSD deve assumir a defesa da tradição referendária, a
despolitização das instituições, a segurança e, claro, a regionalização.
NOTAS
LIVRO: CAMIÃO 'MUDAR'
Ao
passarem por uma das entradas para o congresso, os militantes que
quisessem poderiam receber gratuitamente o livro ‘Mudar’ de Passos
Coelho. Foi deslocado para o local um camião
PAULO RANGEL: ALMOÇO DE APOIO
Paulo
Rangel almoçou na Tapada das Mercês com cerca de cinquenta autarcas que
o apoiam. Berta Cabral, líder regional do PSD/Açores, e Fernando Seara
estiveram presentes
PROBLEMAS: COMUNICAÇÃO
Num
pavilhão apinhado, entre congressistas (mais de 800), observadores
(mais de 200) e equipas de media (350), as condições de ligação à
internet não poderiam ser piores
fonte: CM
candidatos disputaram aplausos e só Pedro Passos Coelho recebeu
assobios quando falou de Paulo Rangel e fechou a sua intervenção com
uma referência à Madeira, denominador comum nas intervenções do
eurodeputado e de José Pedro Aguiar-Branco.
'Ainda
me está a dever um almoço', disse Passos Coelho a Alberto João Jardim.
A frase reportava-se a um almoço em 1995 sobre uma aposta para as
eleições presidenciais de 1996. 'Há muito tempo, demasiado, que nos
andamos a desentender, deixe-me dizer-lhe que não é só o senhor que
sabe perdoar [como perdoou José Sócrates], eu também sei perdoar.
Espero que também saiba perdoar', declarou perante a expressão fechada
do líder regional.
Jardim ouviu, falou com a
líder do partido e com o presidente da mesa do congresso, e acabou por
se sentar ao lado de Paulo Rangel após Passos Coelho finalizar a sua
intervenção. Ficou claro que o ‘piscar de olho’ de Passos a Jardim não
resultou. E o sinal da Madeira está dado: o apoio (vale cerca de cinco
mil militantes) vai para o eurodeputado.
O
primeiro a falar foi Rangel. E fez uma intervenção apelando às bases,
ao reforço das autonomias regionais e claro: a contestação à governação
socialista. Desta vez não falou em claustrofobia democrática, optando
pela palavra 'bloqueio'. E exortou: 'Portugal precisa de uma verdadeira
dessocratização'.
Aguiar-Branco, que menos
reacção provocou na sala do Pavilhão Municipal de Mafra, defendeu:
'Quero olhar para amanhã e não discutir as culpas porque não ganhámos
as eleições. Sei o que quero.'
Passos Coelho
ainda introduziu a ideia de um 'contributo solidário', uma espécie de
banco de horas para que quem recebe prestações sociais possa dar o seu
contributo em juntas de freguesia e instituições de solidariedade. E
voltou a pedir a substituição do procurador--geral da República, Pinto
Monteiro. Nos primeiros dez minutos procurou demonstrar que não depende
da política e insistiu no chumbo do Orçamento do Estado com efeitos no
PEC, divergindo em toda a linha da actual direcção.
EU APOIO PORQUE
PASSOS COELHO: INDEPENDÊNCIA
'Apoio
pelo conhecimento pessoal de muitos anos e pela capacidade que lhe
reconheço de independência e ao mesmo tempo solidário. Pedro Passos
Coelho definiu um projecto, ao longo do tempo, que eu considero que
cumpre os desígnios para oferecer a Portugal.': Carlos Carreiras, Líder
do PSD/Lisboa
PAULO RANGEL: ESCOLHER O MELHOR
'Não
pode haver lugar a calculismos nem a escolhas pessoais. Os desafios que
o País enfrenta obriga a escolher o melhor que já beneficiou com a
vitória nas europeias e que ganhava os debates no parlamento com José
Sócrates. Entendo que o melhor para desempenhar esse papel é Rangel.':
José Luís Arnaut, Deputado do PSD
AGUIAR BRANCO: MELHOR PERFIL
'É
dos quatro candidatos que tem o melhor perfil para desempenhar o cargo
de primeiro-ministro de Portugal. O que eu quero de bom para o meu País
é que tenha um bom primeiro-ministro, que é muito mais do que um
simples presidente de um partido político': Rui Rio, Presidente da
Câmara do Porto
EX-PRESIDENTES FALAM À ALMA DO PARTIDO
Marcelo
Rebelo de Sousa, Pedro Santana Lopes, Luís Marques Mendes e Luís Filipe
Menezes. Todos os ex-líderes do partido quiserem estar presentes no
Congresso Extraordinário do PSD. Falaram à alma do partido, do País,
atacaram a governação socialista e não esqueceram o Presidente da
República.
Primeiro falou o comentador e
professor, que mal chegou a Mafra declarou que entrava e saía do
congresso como 'não-candidato'. Marcelo Rebelo de Sousa apelou à união
dos sociais-democratas para trabalhar para uma maioria absoluta em
futuras eleições e o apoio ao Chefe do Estado para a recandidatura a
Belém.
Pedro Santana Lopes considerou que José
Sócrates está sob grande suspeição e que estranha o facto de o
primeiro-ministro não reagir. 'Não reage. Não se pode viver sob
suspeita e manter-se no cargo. Ou se demite ou exige um esclarecimento
cabal da situação', atirou. E não esqueceu Cavaco Silva, a propósito do
artigo que escreveu sobre a boa e má moeda, em 2005. 'Era esta a boa
moeda?', questionou Santana Lopes, a propósito do executivo socialista.
O actual autarca é um dos autores das propostas de alteração de
estatutos, que defende a introdução de uma segunda volta nas directas.
Marques
Mendes clamou: 'Cheira a fim do regime'. A abrir os trabalhos, Manuela
Ferreira Leite, a líder em vigência, admitiu viabilizar o Programa de
Estabilidade e Crescimento (PEC).
FERREIRA LEITE COM CHEGADA ATRIBULADA
Manuela
Ferreira Leite, a ainda líder do PSD, chegou ao Pavilhão de Mafra por
volta das 12h15. Pouco ou nada falou, mas o aparato em torno da líder
foi caótico, ao ponto de Ferreira Leite ter chocado com uma floreira de
pedra e uma câmara de televisão. Ficou com a marca.
No
discurso de abertura do congresso, Manuela sublinhou que a história lhe
deu razão e que os portugueses foram enganados pelo PS.
JARDIM PEDIU UM PSD AO CENTRO E REGIONALISTA
O
presidente do PSD/Madeira, Alberto João Jardim, chegou ao Pavilhão
Municipal de Mafra com um assessor. Aos congressistas levou dez
propostas para o País. Sublinhou que o partido não é de esquerda, nem
de direita. É do centro.
No rol de propostas
defendeu que o PSD deve assumir a defesa da tradição referendária, a
despolitização das instituições, a segurança e, claro, a regionalização.
NOTAS
LIVRO: CAMIÃO 'MUDAR'
Ao
passarem por uma das entradas para o congresso, os militantes que
quisessem poderiam receber gratuitamente o livro ‘Mudar’ de Passos
Coelho. Foi deslocado para o local um camião
PAULO RANGEL: ALMOÇO DE APOIO
Paulo
Rangel almoçou na Tapada das Mercês com cerca de cinquenta autarcas que
o apoiam. Berta Cabral, líder regional do PSD/Açores, e Fernando Seara
estiveram presentes
PROBLEMAS: COMUNICAÇÃO
Num
pavilhão apinhado, entre congressistas (mais de 800), observadores
(mais de 200) e equipas de media (350), as condições de ligação à
internet não poderiam ser piores
fonte: CM