O único debate televisivo a quatro antes das directas de sexta-feira no PSD ficou marcado pelo duelo acesso e pessoal entre Paulo Rangel e Aguiar-Branco, que deixou campo aberto para Passos Coelho dizer o que vai fazer «quando for primeiro-ministro». E ainda houve Castanheira Barros
José Pedro Aguiar-Branco, Paulo Rangel, Pedro Passos Coelho e Castanheira Barros encontraram-se na RTP esta segunda-feira para o único debate a quatro sobre a liderança social-democrata, mas foram os dois primeiros candidatos que protagonizaram um verdadeiro duelo.
Tudo porque o actual líder parlamentar do PSD sugeriu que Rangel esteve na origem do incidente levantado pelo conselho de jurisdição nacional do partido, que denunciou irregularidades nas assinaturas apresentadas pela candidatura de Aguiar-Branco. O candidato apresentou um dossiê com todas as assinaturas regularizadas ao eurodeputado, que por sua vez acusou Aguiar-Branco de «fazer um número mediático».
«Esta atitude mostra claramente que há pessoas que não têm atitudes de quem quer ser primeiro-ministro», afirmou Rangel. «Tu estás a mentir», atirou a Aguiar-Branco, negando qualquer relação com a decisão do conselho de jurisdição em verificar as assinaturas do líder da bancada do PSD.
O momento inicial do debate era marcado por um diálogo crispado entre dois antigos aliados políticos que a corrida à liderança do partido afasta irremediavelmente.
Com Rangel e Aguiar-Branco a pontuarem todo o debate com críticas entre si - o primeiro especialmente nervoso -, Pedro Passos Coelho encontrou pouca oposição ao longo de 50 minutos. Apenas quando o tema tocou a justiça ficou patente o afastamento de posições entre os dois primeiros e o antigo líder da 'jota' laranja, com Passos a voltar a defender a substituição do procurador-geral da República, Pinto Monteiro, devido à gestão do dossiê Face Oculta.
Rangel e Aguiar-Branco convergiram então para dizer que o afastamento do PGR serve para «desviar atenções» no apuramento da responsabilidade do primeiro-ministro José Sócrates no negócio PT/TVI.
«Está claramente a dar uma ajuda e a colar-se ao PS e a Sócrates», sublinhou o eurodeputado. «Como pode dizer sem se rir que pedir a substituição do procurador-geral da República é ajudar o primeiro-ministro? O Paulo Rangel está convencido que o meu objectivo é ajudar PS?», questionou Passos.
Aguiar-Branco, que acusou Pinto-Monteiro de «confundir mais do que esclarecer» no decurso do caso Face Oculta, pedindo a sua presença na comissão de inquérito, sublinhou contudo «o princípio sagrado da separação de poderes» para não subscrever a proposta de Passos Coelho.
«A separação de poderes é com os tribunais, não é com o Ministério Público», respondeu Passos, que apontou o facto do PGR ser nomeado pelo Governo e do MP ser um órgão «autónomo», e não independente. Neste ponto, o 'quarto candidato' Castanheira Barros sugeriu que o PGR deveria ser nomeado pelos próprios magistrados.
Os quatro candidatos concordaram quanto à retirada de consequências políticas da comissão de inquérito parlamentar ao caso PT/TVI, sendo Rangel o candidato que mais resistiu à sugestão de uma moção de censura. O eurodeputado não quer «antecipar» as conclusões do inquérito nem cair na «armadilha» do PS - a de «provocar a queda do Governo de forma precipitada».
No PEC, foi Aguiar-Branco a ficar isolado na oposição ao chumbo do documento no Parlamento, considerando que a sua votação é uma «moção de confiança encapotada».
«Eu sou pela abstenção porque eu não contribuo para que se faça essa moção de confiança encapotada e para que nós proporcionemos uma crise artificial», disse o líder parlamentar do PSD, acusando o PS de querer responsabilizar a oposição pela crise financeira e política.
Passos, Rangel e Castanheira Barros defenderam o voto contra o documento na sua actual forma.
Aguiar-Branco e Rangel voltariam a unir-se contra Passos para instar o candidato a declarar com «entusiasmo» e sem «timidez» o seu apoio a uma recandidatura de Cavaco Silva. Passos acedeu, mas sem entusiasmo: «É o candidato natural».
E Castanheira Barros voltava a aparecer... após o debate, para declarar aos jornalistas que não teve oportunidade de usar o seu «trunfo»: se for eleito líder do PSD, não será candidato a primeiro-ministro. Esse é Marcelo Rebelo de Sousa.
fonte: Pedro Guerreiro
José Pedro Aguiar-Branco, Paulo Rangel, Pedro Passos Coelho e Castanheira Barros encontraram-se na RTP esta segunda-feira para o único debate a quatro sobre a liderança social-democrata, mas foram os dois primeiros candidatos que protagonizaram um verdadeiro duelo.
Tudo porque o actual líder parlamentar do PSD sugeriu que Rangel esteve na origem do incidente levantado pelo conselho de jurisdição nacional do partido, que denunciou irregularidades nas assinaturas apresentadas pela candidatura de Aguiar-Branco. O candidato apresentou um dossiê com todas as assinaturas regularizadas ao eurodeputado, que por sua vez acusou Aguiar-Branco de «fazer um número mediático».
«Esta atitude mostra claramente que há pessoas que não têm atitudes de quem quer ser primeiro-ministro», afirmou Rangel. «Tu estás a mentir», atirou a Aguiar-Branco, negando qualquer relação com a decisão do conselho de jurisdição em verificar as assinaturas do líder da bancada do PSD.
O momento inicial do debate era marcado por um diálogo crispado entre dois antigos aliados políticos que a corrida à liderança do partido afasta irremediavelmente.
Com Rangel e Aguiar-Branco a pontuarem todo o debate com críticas entre si - o primeiro especialmente nervoso -, Pedro Passos Coelho encontrou pouca oposição ao longo de 50 minutos. Apenas quando o tema tocou a justiça ficou patente o afastamento de posições entre os dois primeiros e o antigo líder da 'jota' laranja, com Passos a voltar a defender a substituição do procurador-geral da República, Pinto Monteiro, devido à gestão do dossiê Face Oculta.
Rangel e Aguiar-Branco convergiram então para dizer que o afastamento do PGR serve para «desviar atenções» no apuramento da responsabilidade do primeiro-ministro José Sócrates no negócio PT/TVI.
«Está claramente a dar uma ajuda e a colar-se ao PS e a Sócrates», sublinhou o eurodeputado. «Como pode dizer sem se rir que pedir a substituição do procurador-geral da República é ajudar o primeiro-ministro? O Paulo Rangel está convencido que o meu objectivo é ajudar PS?», questionou Passos.
Aguiar-Branco, que acusou Pinto-Monteiro de «confundir mais do que esclarecer» no decurso do caso Face Oculta, pedindo a sua presença na comissão de inquérito, sublinhou contudo «o princípio sagrado da separação de poderes» para não subscrever a proposta de Passos Coelho.
«A separação de poderes é com os tribunais, não é com o Ministério Público», respondeu Passos, que apontou o facto do PGR ser nomeado pelo Governo e do MP ser um órgão «autónomo», e não independente. Neste ponto, o 'quarto candidato' Castanheira Barros sugeriu que o PGR deveria ser nomeado pelos próprios magistrados.
Os quatro candidatos concordaram quanto à retirada de consequências políticas da comissão de inquérito parlamentar ao caso PT/TVI, sendo Rangel o candidato que mais resistiu à sugestão de uma moção de censura. O eurodeputado não quer «antecipar» as conclusões do inquérito nem cair na «armadilha» do PS - a de «provocar a queda do Governo de forma precipitada».
No PEC, foi Aguiar-Branco a ficar isolado na oposição ao chumbo do documento no Parlamento, considerando que a sua votação é uma «moção de confiança encapotada».
«Eu sou pela abstenção porque eu não contribuo para que se faça essa moção de confiança encapotada e para que nós proporcionemos uma crise artificial», disse o líder parlamentar do PSD, acusando o PS de querer responsabilizar a oposição pela crise financeira e política.
Passos, Rangel e Castanheira Barros defenderam o voto contra o documento na sua actual forma.
Aguiar-Branco e Rangel voltariam a unir-se contra Passos para instar o candidato a declarar com «entusiasmo» e sem «timidez» o seu apoio a uma recandidatura de Cavaco Silva. Passos acedeu, mas sem entusiasmo: «É o candidato natural».
E Castanheira Barros voltava a aparecer... após o debate, para declarar aos jornalistas que não teve oportunidade de usar o seu «trunfo»: se for eleito líder do PSD, não será candidato a primeiro-ministro. Esse é Marcelo Rebelo de Sousa.
fonte: Pedro Guerreiro